A bruxaria Hoje, livro de Gardner, tenta dar uma visão diferenciada sobre o olhar que era popular e erudita sobre a bruxaria. Tanto a população como os grandes escritores tratavam a bruxaria como coisa do diabo e anti-cristã. O autor vem trazer a sua visão como membro de coven e estudioso de magia e bruxaria. Ele trás um olhar simples e generalizado, mas que é fundamental para que pessoas pouco instruídas e que querem conhecer um pouco sobre bruxaria tenham uma base para um inicio.
                 Gardner trata com respeito em seu livro tanto a bruxaria como o cristianismo, é claro que fatos não são negados, como as torturas e as execuções, ele trata de tudo com naturalidade, como realmente deve ser tratado. Ele fala da nudez no seu primeiro capítulo, o que ela representava de fato para as bruxas, que não era nenhum tipo de subversão, mas sim uma forma de liberar melhor os seus poderes, diz- sobre o que lhe foi permitido -  como eram de fato os rituais e faz uma comparação sobre o que era dito e o que ele participou e viu, ou seja ele não era uma pessoa que tinha uma idéia do que poderia ser, ele esteve lá e viu com os próprios olhos como realmente era. Contou um pouco sobre o que podia dos rituais, mostrou como as pessoas entravam nos covens e como era passado o conhecimento para os iniciados. A questão de seus cultos serem escondidos e misteriosos ele tratou como realmente é: óbvio. As bruxas foram caçadas, torturadas e mortas, além de seus conhecimentos não serem próprios a qualquer pessoa, não por elas se considerarem superiores, mas cada um tem seu tempo e tem pessoas que não chegaram no tempo de aprender sobre magia e bruxaria.
                No segundo capítulo o autor fala sobre o nascimento da bruxaria e sobre ela em todas as eras, Gardner como já disse antes não trata de assunto nenhum com profundidade nesse livro e muito menos nesse capítulo, mas pincela sobre muitas coisas, como, por exemplo, a bruxaria na idade da pedra e sobre os milênios em que o mundo era matriarcal então a religião também era matriarcal, e sobre as mudanças históricas que transformaram a religião. Nos mostra na idade média as crueldades que eram feitas a qualquer um que fosse tido como bruxo, sendo ou não bruxo. Um fato interessante que ele destaca no livro é que as tradições e cultos são mantidos mesmo após séculos e que continentes distintos tem semelhanças ritualísticas, ele explica que as pessoas utilizam as mesmas ritualísticas porque procuram a mesma causa e efeito.  
                 No terceiro e ultimo capítulo ele fala sobre as crenças das bruxas, não fala nada muito especifico sobre isso até porque segundo ele nem sobre o cristianismo há nada muito específico sobre suas crenças. Ele conta um conto sobre o mundo dos mortos, diz que na época da inquisição a bruxaria passou a ser quase que hereditária por conta das perseguições e mortes. Ele é bem simplista nesse livro, mas ele foi um precursor para que o preconceito diminuísse e deu uma visão diferenciada e nova sobre a bruxaria.
                A Bruxaria Hoje de Gerald Gardner é uma excelente leitura para iniciantes e pessoas que não conhecem sobre a bruxaria, o autor trata tudo com realidade e não exalta ninguém. Diz o que as coisas são tanto para um lado quanto para o outro. Pra quem nunca leu nada de Gardner e escuta falar sobre ele é uma excelente surpresa, pois entendemos porque ele é o precursor da bruxaria moderna, e que é um homem que sabe do que está falando. Ele usa uma linguagem simples e mostra com simplicidade como as coisas são. Como o meu mestre me ensinou sempre “O simples é bom” então acho que vocês já podem concluir o que eu penso sobre o livro.

 Olá jovens leitores, meus bons pagãos e simpatizantes, filhos da divina mulher e iluminados pelo Sol fecundo. Eu sou Orodreth, e venho até vocês trazer um pouco dos meus parcos conhecimentos a cerca da mãe terra e de seus frutos, tratarei aqui basicamente sobre alquimia vegetal e/ou herbologia, rogo-lhes para que não tomem meus escritos como verdades, e que sempre investiguem meus ensinamentos antes do uso.
 Hoje falarei do bem quisto e conhecido alho de cada dia, aquele que nos tempera os alimentos e era ingrediente básico de muitos dos remédios usados pelo mestre Paracelso. Ensinarei suas propriedades básicas e modos de aplicações tanto para saúde quanto para a magia, desejo a todos bons estudos.
  O Alho(Allium Sativum), pode ser encontrado em qualquer mercado ou hortifruti por preços bastantes acessíveis possuindo muitas qualidades interessantes, e dentro do ramo mágico pode ser ainda longamente estudado. Não irei me ater a questões planetárias, zodiacais ou qualquer parafernália astrológica das quais a maioria desconhece, ou finge conhecer, me atendo a observações meramente climáticas para o tratamento e uso do produto.
  A maioria dos autores, nos dirá que devemos plantar nossas próprias ervas tanto para o consumo, quanto para o uso mágico, como é evidente que nem todos tem essa disposição, tempo ou espaço, não afirmarei aqui que o uso do alho dos mercados é errado ou ineficiente, podendo sim ser  aplicado, e a depender do magista, ter seus efeitos funcionando de maneira ampla.
  Os efeitos reconhecidos do alho são o seguintes: Expectorante, vermífugo, antisséptico e ainda é reconhecido por ser capaz de melhorar nossa imunidade.

Vejamos o que nos diz a Botânica Oculta:

ALHOS (Allium sativum). - Os egípcios prestavam grandes honras a estes bulbos; os gregos, contudo, proibiam a entrada no templo de quem tivesse comido alho. No que diz respeito aos efeitos medicamentosos, a ação destes bulbos tem sido apreciada em todas as épocas. São anti-helmín-ticos, estimulantes, anti-reumáticos e expectorantes; corrigem a menstruação; são bons contra a hidropisia e o mal-de-pedra. Empregam-se também com êxito contra as bronquites. Aplicados diretamente, ou seja, sem a gaza que entra em contato com a pele, são um excelente calicida e servem igualmente para combater a sarna e a tinha. Recomenda-se o uso de alho no combate à raiva. Ao atacado de hidrofobia dá-se a quantidade de alhos que seu organismo puder tolerar, submetendo-o logo a um banho de vapor para provocar em seu organismo a maior abundância possível de suor. Paracelso informa ter curado por este processo muitos doentes atacados deste terrível mal.
Botânica oculta: Para preservar-se de todo malefício, colhem-se sete alhos na hora de Saturno, enfiam-se num barbantezinho de cânhamo e carregam-se pendurados no pescoço durante sete sábados e ficar-se-á livre de feitiços por toda a vida. Para afastar os pássaros duma árvore, basta untar os galhos com um alho. Se a pessoa deseja alhos inodoros, é só plantá-los e colhê-los quando a lua não se acha sobre nosso horizonte.”
(Paracelso,p 56)

  Vejamos agora o modo de usar o Alho:

  O alho deve ser consumido cru, para que seus principais efeitos sejam observados, como sabemos que seu sabor está longe de ser agradável, pode-se engolir com a ajuda da água, um dente de alho por dia, tomando-o antes das refeições. (Se o dente de alho for muito grande, corte-o no tamanho de um comprimido para evitar rejeição.)
  Outro modo de utiliza-lo é por maceração, que deve ser bebido duas vezes ao dia.

“A maceração é o nome dado a uma operação física que consiste em retirar ou extrair de um corpo, certas substâncias que são consideradas princípios activos. Esses princípios activos podem ser posteriormente utilizados com certas finalidades, quer farmacológicas, quer químicas.”(Wikipédia)

  No caso de dúvida de como se faz a maceração trago uma citação do livro Medicina alternativa de A a Z:

“ As ervas devem ser postas de molho em água fria durante o período variável entre 10 e 24 horas. Partes tenras como folhas, flores e brotos ficam de 10 a 12 horas. Talos, cascas e raízes duros devem ser cortados em pedaços, e permanecer de molho durante 24 horas. Partes intermediárias devem ficar de molho durante 16 e 18 horas. Por não utilizar fervura, este método é mais vantajoso que os demais, pois mantém as substâncias terapêuticas das ervas inalteradas.”
(Carlos Spethmann, p 57)

 No caso do alho, recomenda-se a seguinte receita: Colocar dez dentes de alho em uma garrafa fechada não metálica com um litro d’água própria para consumo (preferencialmente mineral) deixando o alho imerso por um dia, colocando uma colher do macerado de alho em 200ml de água e beber.
  Falemos agora das aplicações e propriedades ocultas do alho, segundo o método analógico de Papus e o princípio de correspondência hermética.
  Vemos que o alho serve como expectorante(Latim;Expectorare.pt; Expulsar)ou seja, ele ajuda a expulsar compostos indesejados do nosso sistema respiratório. Serve também como vermífugo, ou seja, ajuda a expulsar parasitas de nosso corpo. Outro de seus efeitos é a melhora de nossa imunidade.
  Aplicando o principio analógico, vejo o alho como ferramenta importante para a defesa psíquica, podendo ser uma efetiva arma contra o vampirismo psíquico causado por terceiros ou obsessores, através de banhos, construção de amuletos ou até mesmo a ingestão do produto após ser ritualizado.
 
 Aplicações mágicas:

  O alho é uma planta que é colhida nas estações outono e primavera, por detestar umidade excessiva e temperaturas muito altas ou baixas, por isso recomendo(não é obrigatório) que os amuletos, poções, colheita, ritualização por parte dos praticantes sejam feitos em horários onde a temperatura esteja amena, sem a presença umidade(em dias sem chuva) e nas estações indicadas.
  Para o ritual de consagração do alho para fazer um amuleto, você deve criar um quadrado com um círculo dentro onde estará qualquer símbolo para representar ativo e passivo e em seu centro colocará o alho.
  O quadrado representando o elemento terra e consequentemente o outono, e o circulo representando o elemento ar e consequentemente a primavera, o símbolo no centro representando a polaridade de cada estação e consequentemente de seus elementos.
  Evoque as forças do ar e da terra e da estação na qual o ritual é feito(faça de acordo sua vertente) e coloque a mão sobre o símbolo e o alho(em seu centro) impondo sua energia através da respiração pelas mãos. Use sua imaginação para dar imagem ao ar e a terra adentrando o objeto e tornando-o mais brilhante.
  Feito isso, agradeça as forças evocadas e peça-as gentilmente que se retirem, tire o alho do símbolo e o destrua em seguida(o símbolo) rasgando-o ou molhando(como preferir). O alho pode ser colocado em um patuá, na sua bolsa, carteira ou até mesmo como pingente, para evitar seu cheiro característico, mantenha-o com casca. Pode-se fazer o mesmo rito com o macerado.
  Espero que tenham gostado da minha postagem, que a grande mãe e os deuses sob ela possam nos abençoar.

Que assim seja, assim se faça
-Orodreth-

Referências Bibliográficas

Paracelso, Plantas Mágicas Botânica Oculta, Editora Hemus,1976.
Samael Aun Weor, Medicina Oculta, versão PDF,sem data.
Carlos Spethmann, Medicina alternativa de A a Z, Editora Natureza, 2003.
Papus, Tratado de ciências ocultas, Editora Três, 1973.
Os três iniciados, O Caibalion, Editora Pensamento, 1997.
Wikipedia.org
mdemulher.abril.com.br
terradosaromas.wordpress.com



            Estive esta semana na Universidade e algo me chamou a atenção. Havia três pessoas conversando sobre um cartaz que encontrava-se em um dos murais de informações do setor de aulas. Ao ouvir a conversa, passei a prestar atenção e ver a opinião deles a respeito do assunto de que se tratava o cartaz: “Gnose”. Um deles, acredito que tenha estudado algo sobre o ocultismo, estava explicando que a Gnose era “a doutrina do Samael Aum Weor”. Outro afirmou ter participado da doutrina, mas acabou se afastando por que a achava algo que beirava à loucura, pois, segundo ele, Samael “viajava muito na maionese”. O terceiro deles, acredito que seja um evangélico, afirmou que tudo aquilo era obra do demônio e que somente “o senhor Jesus” salvava.
            Pois bem, o que quero tratar a partir deste relato é a visão que muitos estudantes de ocultismo adquirem acerca da Gnose. Justamente esta visão fundamentada no pensamento “samaelita”. O que podemos ver é uma verdadeira mescla de magia hindu, teosófica e demonologia cristã. O gnóstico de hoje passa a ter o Samael como o “Avatar da Era de Aquário”, título este concedido ao Samael por ele mesmo (o que já tira um pouco de sua credibilidade). Outro ponto importante que muitas pessoas têm dúvidas é em relação ao método de magia sexual descrito por Samael (não vou me aprofundar no assunto, pois em outra postagem falarei sobre a magia sexual). Segundo ele, não devemos em hipótese alguma, derramar uma gota de sêmen durante a vida. Isso é muito contraditório, pois ele mesmo tinha filhos. Mas, a meu ver, apesar de toda loucura, Samael trouxe algo de proveitoso à Gnose. Um deles é a proposta educacional, visando o despertar da consciência espiritual do ser-humano, encontrado no livro “Educação Fundamental”.
            Voltando agora à conversa dos três universitários, gostaria de esclarecer algo. A Gnose não é a doutrina de Samael (ele surgiu no século XX, enquanto que a Gnose é datada do período helenístico); ela nem sempre foi uma mescla de orientalismo com demonologia cristã, pois pela própria datação de seu surgimento, podemos perceber que o cristianismo ainda não havia surgido; e a mais importante de todas as suas características: ela possui um caráter maniqueísta, devido à grande influência da religião masdeísta, originária da Pérsia (que graças ao helenismo se difundiu na Europa ocidental). O próprio termo Gnose vem do grego e significa “conhecimento”, mostrando que é uma doutrina bem mais antiga do que a filosofia “samaelita”. Somente no período medieval, por volta do século XII, é que a Gnose ganhou uma roupagem cristianizada, sendo praticada pelos Cátaros, um dos primeiros grupos cristãos que tentaram uma reforma religiosa. Estes utilizaram os elementos do maniqueísmo persa aliados à filosofia do catolicismo medieval, surgindo aí, os primeiros elementos cristãos na doutrina.
            Diante de tudo isto é necessário procurar saber o que realmente é a Gnose antes de a generalizar como “a doutrina de Samael Aum Weor”, pois antes dele, houve todo um processo de incorporações e reformas na estrutura da doutrina. A melhor definição sobre a Gnose é que ela é pura e simplesmente “a busca pelo conhecimento das forças ocultas”, sendo bem mais do que simplesmente caçar larvas astrais e não ejacular.

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